quinta-feira, 28 de abril de 2011

Envelope da memória

Tu vens, agarro-te. Tu vais, os meus olhos prendem-se ao teu corpo
vendo-o rastejar através da berma da estrada, em direcção a casa.
Percebi então que estava de novo a mirar-te,
a julgar o quanto atraente és e rápido desviei o olhar.
De rompante viras-te te para trás
e voltas para perto de mim.
Esperei que fosses tu a quebrar o silencio que instalou-se entre nós,
porém os meus pensamentos permaneceram inválidos.
Entretanto, deste-me um envelope e retomaste a tua caminhada.
Esperei ansiosa que o teu corpo desaparecesse entre o pôr-do-sol,
e momentaneamente guardei essa imagem aliciante.
A memória é uma fotografia da mente.

Sem comentários:

Enviar um comentário