rasgados e velhos pelo tamanho tempo à que não eram usados,
mas eu nunca soube responder.
E mesmo que soubesse não o falaria porque as únicas palavras minhas
que ainda consigo ouvir somente passeiam na minha cabeça,
difíceis de calar.
Agora que as lágrimas voltam a escorregar e a curiosidade de tal
enigma explicar se levanta, percebo então qual é o famoso vírus que
atraiçoa os meus feitos.
Sou fraca, resmungo, e temo que todos o percebam.
É uma ideia idiota, talvez. Pois afinal quem não tem fragilidades?
Mas aos meus olhos tudo parece tão perfeito e eu sou o único patinho
feio, que desfeia o quadro.
Por isso deixo o silêncio falar por mim, pensando que este bem
precioso colocasse um pouco mais de cor na obra.
Infelizmente, enganei-me a seu respeito.
Ele afinal é tão perfeito quanto eu.
Porque continuo a esconder-me por de trás dele?
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