Hoje sinto-me caída, quero chorar por razão nenhuma enquanto
a minha mente ocupa-se a encontrar pelo que me machucar.
E estas palavras chorosas do meu pesadelo tanto me fazem
lembrar, de quando era frágil e vivia caída no chão sem forças para levantar, de
quando eu existia escondida por detrás do meu silêncio, do medo, da ausência da
demonstração de sentimento e do calar da minha dor. Eu considerava este um
momento enclausurado no passado e que presentemente já era feliz e que não era
uns simples chuviscos que me iriam afundar em lágrimas de agonia e aflição,
porém caí no erro mais uma vez. Confirma-se que o passado realmente nos faz e
eu serei, portanto, para sempre uma pequena menina medrosa e insegura, nunca
crescerei, os meus defeitos tornar-se-ão cada vez mais vivos na minha
personalidade. E eu penso mais uma vez: talvez fosse melhor me afastar para bem
longe de todos e tudo, e talvez só assim pudesse ser útil o suficiente para
alguém, nem que esse alguém fosse eu mesma. E eu tanto reprovo esta insegurança
que teima rodear a minha mente o tempo, estas ideias de que tudo vai dar para
torto, que sou inútil, que nunca serei nada mais do que inútil e abomino mais
ainda este receio em acreditar. Estas raízes malignas não se destroem tão
facilmente como eu julguei, ao que parece têm a capacidade de se regenerem.
Responde-me, o que devo fazer para livrar-me desta desconfiança que amamenta a
minha insensibilidade e me distancia gradualmente do amor? Às vezes temo que
algo te leve a partir e que me deixes, aliás temo que todos me abandonem e que
tudo, pelo qual tanto lutei para se desapegar de mim, volte.
Não discutas comigo, pelo menos são agora, não suportarei. Não
sei mais para onde me virar, o que fazer e peço desculpa por encher-te com os
meus problemas estúpidos, mas tu és o meu refúgio.
Sou estúpida, insegura e por isso preciso de alguém que cuide
de mim. Sabes bem que vivo a desequilibrar-me, que estou sempre fora do lugar,
perdida e desamparada, que sou um eterno erro. Então, por favor, pega na minha
mão e coloca-me no lugar, mostra-me que tudo irá ficar bem e que não preciso continuar
insegura. E quem sabe, eu começa a acreditar.
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