segunda-feira, 3 de março de 2014

Bem-vindo de volta, medo


E as noites sem dormir atacam-me de novo, apanhando-me completamente desarmada, sem maneira de fugir a este desalente que cresce geometricamente no meu peito e me afoga na escuridão profunda. Aquela sombra persegue não só os meus passos mas também meus pensamentos e não me deixa respirar e me faz caminhar nesse rastejo, num movimento pesado e indeciso. Rezo suplico que me tires esta carga que engorda ao segundo, que muito me impediu de viver, mas que também não me matou, deu para sobreviver. 
Mas agora, as condições são distintas, agora sobreviver não me é suficiente quando posso mais. Agora conheço um anjo e morro se for preciso para verdadeiramente viver, com ele, morro dessa incontrolável sensação de fogo que queima mais e mais a cada pensamento. Esse anjo, oh, que também é meu pecado, que me faz vender ao diabo por um toque seu. 
Temo, se temo... Sempre temerei, não me vale nada esta oração. Anjo, meu anjo, toma-me nos teus braços e sossega meu coração. 
Oh, isto sim, é vida: arriscar, entregar-me, pecar, perder-me mas encontrar-me no verde do teu olhar, na curva do teu sorriso e na batida do teu coração que acelera à minha presença. Espero que me ames verdadeiramente sempre, porque eu quero viver para sempre. E viver, só é possível se for contigo.

2 comentários:

  1. Tão lindo. Realmente, temos sempre esse sonho de acompanhar quem mais amamos e é ele que muitas vezes nos faz escrever assim como escreves-te.
    Gostei :)

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  2. Muito obrigada pelo o teu comentário. É também palavras como as tuas que nos motiva para continuar a escrever. Obrigada, mais uma vez c:

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