
Não mais “Plimmmm”? Muito bem…
Finalmente ganho coragem para enfrentar a ardente luz solar que entrepassa pela janela com intensidade e abro os olhos.
Lia: O que faço eu aqui?
Eu pensava que tinha adormecido em minha casa, mas ao que vejo, fui teletransportada para a dos meus avós paternos. Estarei eu a ver bem? A imagem ficava cada vez mais nítida o que permitia confirmar a minha incerteza.
Algo começava a roçar as minhas narinas como a pedir permissão para entrar e lá lhe dei ordem. Hummm… Panquecas… e ohhh… Chocolate derretido, tão quentinho… Dirigi-me rapidamente à cozinha, pois não conseguia resistir mais à aquela preciosidade.
Lia: Bom dia, vó!
Avó: Bom dia, princesa! Panquecas?
Lia: Com certeza!
Avó: De chocolate, como tu tanto gostas!
Lia: Ohhhh! Muito Obrigada! Mas vó… o que faço eu cá em casa?
Avó: Não te preocupes, linda. Os teus pais tiveram algo importante para fazer e trouxeram-te para não ficares sozinha em casa.
Ela parecia aflita, ansiosa e atrapalhada. O ambiente tornava-se aos poucos mais pesado, apesar e todo o carinho que hoje em especial me estavam a dar e nunca na minha vida nem um sexto me deram. O dia estava a custar passar, e a companhia na verdade não ajudava, portanto procurei uma outra melhor.
Na sala de estar encontrava-se m piano do meu visavô que fora um prestigiado pianista em jovem. Decidi instintivamente começar a tocá-lo ou bem… pelo menos tentar. Na verdade não sabia o que estava a fazer mas os meus dedos pareciam enfeitiçados e não paravam de tocar com delicadeza nas teclas do piano. Apesar da melodia ruidosa que eu estava a produzir, apesar de ao meu público não estar a agradar a mim agradava e muito. A música era sem dúvida uma ótima companhia.
De repente algo interrompe a minha atuação fantástica, um som que me era familiar, a buzinadela do carro dos meus queridos papás. Corri energeticamente até eles com os braços abertos e com um grande sorriso no rosto para os receber e saltei para o colo do meu pai. Mas ao que parece a alegria não era recíproca.
A viagem de volta a casa fora constrangedora assim como os vários dias que se seguiram. A minha mãe estava cansada e notoriamente triste, ela passava os dias a chorar certamente mas sem a razão eu conhecer e na minha presença mostrava-se forte, quando eu via toda a fragilidade nos seus olhos caramelo.
Todos me escondiam algo, todos pensavam que eu era assim tão ingénua. Mas é aqui que a má noticia vem… O TEMPO (mais tarde ou mais cedo) IRÁ REVELAR ESSE TÃO SAGRADO SEGREDO.
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