5…4…3…2…1… Ouviu-se de repente o soar do relógio de cuco da sala de estar, onde agora estávamos. Acabara de marcar o zero, o início de um novo dia, que não poderia começar de melhor forma.
Confesso que nunca tive tanto calor numa noite de inverno em
toda a minha vida e não é devido à lareira acesa de fogo amplo.
As luzes estavam apagadas, a única que nos iluminava era ada
brasa. O mesmo acontecia ao silêncio, que apenas era cortado pelo estalar das
cinzas e a respirações profundos dos dois corações apaixonados. Apreciava a
dança agitada que a inflamação fazia na madeira já bastante negra de tanto
usada, que criava um momento romântico de descanso. Descanso era o que mais
precisava depois de uma noite inteira de gargalhadas, de brincadeiras parvas e de
danças energéticas, que fazíamos como se fossemos crianças imaturas e
entusiasmadas por estar junto do seu primeiro amor.
Reconfortei-me do sofá, pois já estava cansada daquela posição e sobrepus desta vez a minha mão sobre a dele que, por sua vez, segurava a minha anca com um toque quente e adocicado que me fazia mergulhar em loucos momentos de o ter. Mas muito que o deseja-se não o podia. Eramos ambos muito diferentes e o que estávamos a fazer já era perigo suficiente. E ambos sabíamos que estávamos em riscos de nos queimarmos. Voltei a pousar o pensamento na chama que levantou inesperadamente e depois nele. Observei o seu perfil iluminado que o fazia perecer de ouro e a tentação de voltar para o mundo da fantasia regressara. Ele já tinha dispensado os empregados, por tanto estávamos completamente sozinhos. Mas por sorte o meu príncipe acordou-me do meu sono encantado, com um beijo demorado na minha testa.
- Tens frio, linda?
Reconfortei-me do sofá, pois já estava cansada daquela posição e sobrepus desta vez a minha mão sobre a dele que, por sua vez, segurava a minha anca com um toque quente e adocicado que me fazia mergulhar em loucos momentos de o ter. Mas muito que o deseja-se não o podia. Eramos ambos muito diferentes e o que estávamos a fazer já era perigo suficiente. E ambos sabíamos que estávamos em riscos de nos queimarmos. Voltei a pousar o pensamento na chama que levantou inesperadamente e depois nele. Observei o seu perfil iluminado que o fazia perecer de ouro e a tentação de voltar para o mundo da fantasia regressara. Ele já tinha dispensado os empregados, por tanto estávamos completamente sozinhos. Mas por sorte o meu príncipe acordou-me do meu sono encantado, com um beijo demorado na minha testa.
- Tens frio, linda?
- É suposto dizer que sim?
- Não tens de o fazer!
- Não tens de o fazer!
- Não tenho frio…. – pois na verdade tínhamos estado o tempo
todo abraçados sobre um cobertor. - … mas vou dizer que sim.
- Então, vem comigo. – gargalhou.
Arrastei atrás dele até a cozinha. Pediu-me que chegasse a cafeteira,
que logo a encheu de água e de seguida adicionou meia tablete de chocolate
Pantagruel e um pau de canela. Dirigi-me imediatamente para o fogão para a por
a ferver até apurar.
Inesperadamente um corpo colou-se-me, simultaneamente, uns
braços fortes envolveram-me.
- Também ouvi dizer que amavas chocolate! – sussurrou, encostando
a sua cabeça na minha.
- Facto. Mas não é o que mais amo.
- É por isso que és tão docinha.
- Falas isso porque não me viste virada do avesso.
-Não me acredito que possas ser tão má assim como dizes. –
virou-me para ele, instalando-se um pequeno momento de silêncio, que
imediatamente abafei acabando com o ambiente hipnotizado que estava a rolar.
-Vais querer açúcar?
-Vais querer açúcar?
- Sim, um pouco.
Afastei-me, para pegar na caixa de açúcar e numa colher e
aproveitei e juntamente trouxe duas chávenas. O chocolate quente estava quase
pronto, por isso preparei-me para por mãos á obra e ele deu-me espaço.
Embebedei as chávenas lentamente com o preparado, segurando a cafeteira com
firmeza. Finalizando com a junção do açúcar.
Entreguei-lhe a chávena que lhe pertencia e ele sorriu como
forma de gratidão. Agarrou-a minha mão e guiou-me de novo até à sala, onde mais
uma vez sentamos junto á lareira.
- Estou curioso em relação a uma coisa… - falou, levando a chávena
à boca.
- Sobre o quê, exatamente?
-Bem… - fez uma segunda vez o movimento antes de falar – Porque é que te escondes tanto? Porque me evitas? Eu quero aproximar de ti e tu estás sempre com um pé atrás. Ás vezes penso que não gostas de mim.
- Sobre o quê, exatamente?
-Bem… - fez uma segunda vez o movimento antes de falar – Porque é que te escondes tanto? Porque me evitas? Eu quero aproximar de ti e tu estás sempre com um pé atrás. Ás vezes penso que não gostas de mim.
Baixei o olhar que anteriormente esteve fixo no dele. Meus
lábios tornaram-se ainda mais pesados, mais uma vez queriam estar calados. Mas
desta não podiam levar a melhor. Não tardei a falar.
- Se eu não gostasse de ti eu não estaria sequer aqui. – fiz uma pausa e aproveitei para lamber os lábios cada vez mais gordos de insegurança. – Eu apenas… tenho medo.
- Se eu não gostasse de ti eu não estaria sequer aqui. – fiz uma pausa e aproveitei para lamber os lábios cada vez mais gordos de insegurança. – Eu apenas… tenho medo.
Calei-me. E ele apercebeu-se que não tencionava desenvolver
a minha desculpa e avançou ele:
- Medo de quê?
- Não intenderias…
-Se não explicares claro que nunca intenderei.
-Se não explicares claro que nunca intenderei.
Demorei-me nos olhos dele antes de lhe responder e ele
antecipou-se. Colou a mão direito no meu rosto e aproximou-se, tentando
apaziguar o meu coração cansado de tão rápido bater.
- Podes confiar em mim.
Antes de ter tempo de sequer ter tempo para ganhar forças
para o responder, ele encaixou os seus lábios nos meus, como se fossem feitos
para estarem juntos. Foi algo tão rápido mas tão lento. O tempo mental, mais
uma vez deixara-me desfrutar dos momentos especiais. Recuamos delicadamente. E
aos poucos abri os olhos e falei com sinceridade:
- Eu confio em ti.
Levantei logo a sobrancelha esquerda mal um riso ele não consegui
conter. Pensei logo que eu tivesse feito algo com motivo de piada.
- De que te ris? – perguntei corada.
- És tão tonta. – corei mais ainda – e é por isso que eu te
adoro.
Sorri e voltei para os seus
braços. A noite ia ser longa, tinha muito que confessar.
Ouvi o cantarolar dos pássaros e ganhei coragem para
levantar as precianas que cobrem os olhos e levantar-me da cama. Por momentos,
pensei que tudo tinha passado de um sonho, pois ele não se encontrava ao meu
lado. No seu lugar encontrei um envelope, que imediatamente abri.
Lia-se:
“Querida Lia,
lamento informar que a dama
encontra-se num beco sem saída.
Não pode voltar a trás, pois eu não
deixarei remexer no passado.
A única hipótese que tem é ficar aí
aconchegada,
num brilhante presente e num futuro
apaixonante.
Pode desfrutar cá, de todos os
serviços e desejos que ambicionar.
A especialidade são os beijinhos e
abraços calorosos,
porém pode adquirir também pacotes
de muito carinho,
pitadas de um
intenso amor, e malgas de uma grande amizade.
Creio que ainda não saiba, onde
a Dama se encontra.
E eu posso com todo o gosto esclarecer
essa dúvida.
A Princesa encontra-se no fundo do meu
coração.
Espero que esteja satisfeita com serviço
que lhe foi prestado.
Mais alguma questão, e me telefona.
Obrigada, pela sua presença na minha
vida.
E desejo que aqui vá ao encontro da sua
maior Felicidade.
Procura-me! Segue o teu coração, tu sabes onde me encontrar.
Beijos,
Beijos,
Harry.”
O que acharam? Gostaram? Opiniões? Espero que tenham tido uma leitura deliciosa. (;
Sem comentários:
Enviar um comentário