quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O amigo nas horas de aflição

Por momentos vejo-me rodeada por água até ao pescoço a esgravatar na expectativa de não me afogar, noutros queimo-me no fogo selvagem que se sobrepõe aos meus calcanhares enquanto caminho, porém há no entanto instantes em que nada acontece, nada.
Debruço-me sobre o papel semipreenchido na esperança de pousar lá sem qualquer movimento ou esforço as minhas ideias, que viajam num desvaneio sobre as ondas agitadas do mar.
Em vão!
Com algum esforço completei a minha frase em espera… escrevi duas letras, uma palavra que pesara imenso na ponta da caneta. Recuperei o folgo e lia.
SÓ!
Eu estou só! E por isso eu escrevo. E por isso espalho no vazio todos os cristais fundidos pelo ardor que do frio se elevou!
É de facto egoísta da minha parte, só te procuro quando realmente necessito. Mesmo isso sabendo continuas a ouvir-me sem qualquer crítica, sem me derrubares como um pin de bowling … então agora falo, falo, falo até tudo na minha cabeça se resumir a um nada monótono.
No entanto, a palavra não é assim tão pesada… A minha solidão dá azas à tua companhia que estas palavras te fazem enquanto as alimentas com compreensão. Afinal posso-te fazer sorrir quando o fogo do teu peito cai em rio dos teus olhos.
Por hoje chega de isolação. Afasto a folha, abro a página do livro “Aparição” na qual parei anteriormente de ler e deixo descansar a minha emoção nos braços carinhosos das palavras.
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1 comentário:

  1. Eliana, acho que escreves lindamente. Deverias escrever um livro :)

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